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TUMORES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

14 de junho de 2019

3D illustration male nervous system.

O sistema nervoso no ser humano se divide em três partes: o encéfalo, a medula espinal e os nervos periféricos. Os tumores do sistema nervoso compreendem as neoplasias que podem se localizar numa destas três partes. Esse órgão possui uma estrutura bastante protegida por barreiras físicas e biológicas, em que se encontram diferentes tipos de células, entre elas os bilhões de neurônios e as células que funcionam como “guardiões” do sistema nervoso central, os astrócitos e ainda os oligodendrócitos, dentre outras, células ependimarias.

TUMORES PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Os tumores primários do sistema

nervoso surgem das linhagens celulares do sistema nervoso central. Os tumores secundários a esse sistema, compreendem as lesões provenientes de outras localizações, que são as metástases, que ingressam principalmente por via hematogênica.

 

CRESCIMENTO DOS TUMORES

Quando os tumores localizados no interior da cavidade craniana (onde se encontram o cérebro, o tronco cerebral, o cerebelo e as membranas que cobrem estas estruturas, as meninges) crescem, eles podem causar aumento da pressão dentro do crânio, o que chamamos de hipertensão endocraniana. Esse aumento de pressão se dá devido ao crescimento tumoral, inchaço (edema) e obstrução das vias de circulação do liquor, o liquido céfalo-raquidiano. Como o crânio é um estojo ósseo inextensível, aumentos no volume intracraniano são sentidos pelo paciente, com sintomas do tipo: dor de cabeça, náuseas e vômitos em jato, visão turva, problemas de equilíbrio, alterações de personalidade, distúrbios da audição, convulsões e sonolência.

 

LOCALIZAÇÃO DOS TUMORES E OS SINTOMAS

Sintomas específicos,            conforme a localização destas lesões, também podem ser notados pelos pacientes ou seus familiares. Assim, tumores que se localizam nas áreas que controlam os movimentos ou sensações, podem causar fraqueza ou dormência em um lado do corpo, geralmente no lado oposto ao que se localiza a lesão no encéfalo. Aqueles tumores próximos às áreas de linguagem, podem dificultar a compreensão do que é falado ou mesmo dificultar a produção de palavras. As lesões localizadas na área designa- da gânglios da base, podem acarretar distúrbios do movimento e problemas do equilíbrio corporal. Mais ainda, os tumores na parte frontal do cérebro podem acarretar distúrbios de personalidade, na linguagem e na forma de pensar. Se o tumor se localizar no cerebelo, o órgão que modula a coordenação, a pessoa pode ter problemas para se locomover, além de afetar outras funções do cotidiano. Tumores na parte posterior do cérebro ou em torno da glândula pituitária, ou nervo ótico, podem causar problemas de visão. Se próximos a outros nervos cranianos, eles podem levar à perda de audição, problemas de equilíbrio, fraqueza de alguns músculos faciais ou dificuldade para engolir. Tumores localizados na glândula pituitária (hipófise) podem causar distúrbios visuais, além de alterações hormonais. Os localizados na medula espinhal podem causar torpor, fraqueza ou falta de coordenação nos braços ou pernas, geralmente em ambos os lados do corpo, bem como perda de controle da bexiga ou do intestino.

EXAMES DIAGNÓSTICOS

A presença de alguns destes sinto- mas indica a necessidade de o paciente consultar um médico para identificar as possíveis causas dos mesmos. Não necessariamente estes sintomas correspondem a uma neoplasia. A investigação é feita com exames de imagem e, de um modo geral, a Ressonância Magnética é o melhor método de imagem para identificar estas lesões.

 

TRATAMENTO E PROGNÓSTICO

O tratamento envolve cirurgia, em muitos dos casos, inclusive com possibilidade de resolução completa nesta modalidade de terapêutica. Ou podem envolver o tratamento com quimioterapia e radioterapia adjuvante.

Nos últimos anos, a quimioterapia tem evoluindo bastante com novas drogas, mas de um modo geral, cada vez mais a imunoterapia vem ganhando seu espaço no tratamento oncológico e também, em breve, na terapia para tumores do sistema nervoso central.

Igualmente, a radioterapia evoluiu, passando de uma radioterapia convencional, a uma radioterapia conformacional, onde a evolução tecnológica dos aparelhos permitiu que a dose de irradiação pudesse ser depositada preferentemente na lesão neoplásica.

De um modo geral, o resultado do tratamento de tumores do sistema nervoso é estimado em taxa de sobrevida em cinco anos. As taxas de sobrevida são estimativas e seu prognóstico pode variar baseado em vários fatores específicos, como o momento da descoberta da doença, a idade do paciente e seu estado geral de saúde, dentre outros fatores. Os índices de sobrevida estão baseados em resultados de um grande número de pacientes que tiveram a doença, não sendo possível prever o que vai acontecer com cada paciente. Mas, como em qualquer doença que se apresenta, quando diagnosticada em seus estados iniciais, o tratamento tem mais chance de ser bem-sucedido.

Melhorias recentes nas técnicas terapêuticas, podem resultar em um prognóstico mais favorável para os pacientes que estão sendo atualmente diagnosticados e tratados para tumores cerebrais ou na medula espinhal.

Dr. Carlos Brusius CRM 16.900

Neurocirurgião do Centro de Neuro-Oncologia da CliniOnco

Fonte: Revista Integrativa

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TESTES MOLECULARES

14 de junho de 2019

CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA DOS TUMORES COMO COMPLEMENTO ÀS INFORMAÇÕES PROGNÓSTICAS DO CÂNCER.

Doctor conducts the test and the study of DNA .

O câncer de mama é o principal tipo de câncer que atinge as mulheres. Felizmente, também é o mais estudado pela Oncologia, especialidade médica na qual temos constante progresso, tanto em novas drogas como em novos testes. Temos muitas variáveis já bem estudadas que utilizamos para determinar a necessidade de quimioterapia, entre elas: tamanho do tumor, presença de linfonodos acometi- dos, grau tumoral, idade da paciente, presença do marcador chamado HER2 (receptor tipo 2 do fator de crescimento epidermóide humano), entre outros.

Conforme estes fatores, dispensamos qualquer outro teste adicional, como é o caso dos tumores chamados de triplo negativos e HER2 positivos (classificação que vem como exame completar à patologia, chamado de imuno-histoquímica, realizado em todas as pacientes).

Contudo, em algumas situações especificas, podemos solicitar um dos novos testes chamados de assinaturas moleculares com a finalidade de oferecer uma melhor caracterização biológica dos tumores em complemento às informações prognósticas clássicas.

 

NOVOS TESTES

Os testes biológicos vêm apresentando um crescimento significativo nos últimos anos. Alguns deles já estão sendo bastante utilizados, em nosso meio, para o complemento de informações prognósticas. São eles:

ONCOTYPE DX

O que é? É um teste que avalia o perfil molecular de um tumor de mama individual, possibilitando estimar o risco de recorrência em 10 anos. O teste é realizado em material de parafina e consiste na análise de 21 genes, 16 dos quais relacionados ao tumor e 5 aos genes de referência. O resultado é expresso como o risco de recorrência- Recurrence Score (RS) – em 10 anos, com uso de tamoxifeno adjuvante.

Principal indicação do teste: pacientes acima de 50 anos com tumores entre 0,6 e 3 cm RH positivo, HER-2 negativo e sem doença nos linfonodos.

Grau de risco: após a realização do teste, a doença pode ser classificada como risco de recorrência baixo, risco intermediário e risco alto.

Sendo que, para categoria risco baixo, poderíamos dispensar a paciente da quimioterapia, no risco intermediário teríamos que analisar os fatores clássicos e discutir com a paciente e, no risco alto, com certeza, indicar a quimioterapia.

Portanto, é importante ressaltar que a realização do teste não significa dispensar o uso de quimioterapia para a paciente e sim para um grupo distinto, e que mesmo com a realização do teste podemos ter um nível de risco no qual termos que levar em consideração os outros fatores para determinar a necessidade de quimioterapia.

Para pacientes que desejam a quimioterapia, mesmo que possam vir a ter um benefício menor, não existe vantagem em realizar o teste.

Custos: considerando o custo alto do Oncotype DX, vários grupos estão desenvolvendo nomogramas na tentativa de prever o resultado do Recurrence Score (RS). Por exemplo, investigadores do MSKCC apresentaram no evento ASCO 2018, um nomograma que tem alto poder de prever o RS de risco alto e que pode ser muito útil na seleção de pacientes¹.

MAMMAPRINT

O que é? É um teste que analisa a expressão de 70 genes. Pode ser realizado em material parafinizado.

Risco de recorrência: classifica as pacientes em risco alto ou baixo, sem incorporar o impacto da homornioterapia (a terapia com comprimidos como tamoxifieno e anastrozol, entre outros) ao contrário do Oncotype DX, isto é, reflete a história natural da doença.

Classificação do risco: para a sua indicação, as pacientes recebem uma classificação quanto ao risco clínico e quanto ao risco genômico entre baixo ou alto. As pacientes com resultados discordantes são testadas para receber quimioterapia (QT) adjuvante ou não.

Esse estudo demonstrou que pacientes com risco clínico alto, mas com risco genômico baixo, podem ser poupadas de QT adjuvante, pois o ganho absoluto é muito pequeno em relação aos riscos agudos e de longo prazo da QT adjuvante. Entretanto, a Sociedade de Oncologia Americana ( ASCO) ressalva que a paciente deve ser informada que a possibilidade de benefício de QT adjuvante não pode ser totalmente excluída, sobretudo em pacientes com mais de um linfonodo positivo².

Principal indicação do teste: pacientes com parâmetros clínicos que preenchem os critérios de risco clínico alto, sem linfonodos acometidos. Considerar para pacientes com até dois linfonodos positivos.

DEFINIÇÃO DE RISCO CLÍNICO PARA PACIENTES COM LINFONODOS NEGATIVOS

GRAU TAMANHO DO T RISCO CLÍNICO
1 < 3 cm Baixo
1 3,1 a 5 cm Alto
2 <2 cm Baixo
2 2,1 a 5 cm Alto
3 < 1 cm Baixo
3 1,1 a 5 cm Alto

 

DEFINIÇÃO DE RISCO CLÍNICO PARA PACIENTES COM UM A TRÊS LINFONODOS POSITIVOS

GRAU TAMANHO DO T RISCO CLÍNICO
1  < 2 cm Baixo
1 2,1 a 5 cm Alto
2 Qualquer T Alto
3 Qualquer T Alto

Recomendação: pacientes com risco clínico alto e risco genômico baixo, Hormonioterapia (HT) isolada. Pacientes com risco clínico alto e risco genômico alto, QT adjuvante.

 

PROSIGNA

O que é? É um teste disponível em vários países (incluindo o Brasil) que se baseia na assinatura genética do PAM50 e permite classificar o tumor de mama pelo subtipo biológico intrínseco.

Risco de Recorrência: o Prosigna utiliza o resultado do PAM50, do tamanho e do estado de proliferação do tumor para, através de um algoritmo, gerar o risco de recorrência, chamado ROR (risk of recurrence). O ROR é dividido em três grupos – risco baixo: < 10%; risco intermediário: entre 10 e 20%; risco alto:

> 20%

Principal indicação do teste: é aplicável para mulheres na pós-menopausa, com tumores graus 1 e 2 e com até três linfonodos positivos. Pode ser particularmente útil para determinar a necessidade, ou não, de hormoniotera- pia por mais de 5 anos.

Recomendação: para pacientes com risco baixo, recomendamos somente Hormonioterapia (HT) adjuvante. Em pacientes com risco alto, favorecemos QT adjuvante além da HT. Naquelas com risco intermediário, discutir individualmente.

Em suma, o Prosigna representa mais um teste desenhado para avaliar o comportamento biológico do câncer de mama, tanto em pacientes na pós- menopausa com linfonodo negativo como positivo.

Outros testes também se encontram em desenvolvimento e progressiva- mente mais disponíveis no Brasil. Infelizmente, no momento, a maior parte deles têm custo elevado e na vasta maioria dos convênios, ele não está disponível.

A perspectiva, porém, é positiva. À medida que os testes são mais utiliza- dos, tornam-se mais baratos.

Importante: a não realização destes testes não deve ser uma fonte de preocupação para as pacientes. Cabe ao seu oncologista explicar quando o teste se faz necessário e se o seu custo se justifica.

Os testes não vêm para substituir o médico ou a avaliação clínica, eles representam, apenas, mais uma das ferramentas que nos ajudam a guiar a paciente no melhor caminho para vencer a difícil jornada que é o trata- mento do câncer.

Dra. Rosana Monteggia CRM 34.294

Oncologista da Centro de Oncologia da CliniOnco

Fonte: Revista Integrativa_Edição 21

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EDITORIAL|Revista Integrativa_Edição 21

30 de maio de 2019

divulgação-revista

“MENS SANA IN CORPORE SANO”*

Frequentemente ouvimos comentários do tipo “Nossa, ele está com 90 anos e mantém-se lúcido” ou “Ela faleceu, mas estava com uma saúde mental invejável”. Sim, envelhecer com lucidez e com as capacidades cerebrais preservadas sempre foi uma das metas almejadas pelos seres humanos.

A saúde da mente pauta as mais diversas publicações científicas, é o assunto de conversas entre amigos, é a preocupação das mães quando gestam seus filhos e continua sendo enquanto eles se desenvolvem, é a conversa entre vizinhos, mas principalmente, é o tema de muitas pesquisas no meio acadêmico.

Como sabemos, a expectativa de vida das pessoas vem aumentando com o passar dos anos. Isso deve-se, entre outros fatores, aos avanços científicos na área da medicina, às melhores condições de vida da população e às políticas públicas de saúde. Portanto, viver mais é fato, envelhecer e manter o corpo e a mente saudáveis, tornaram-se os grandes desafios nos dias de hoje.

Para contemplar o instigante tema da “Saúde do Cérebro”, a 21ª edição da Integrativa debruçou-se sobre pesquisas e entrevistas, a fim de oferecer aos leitores informações que contribuam para um melhor entendimento das funções cerebrais e as implicações de alguns tratamentos usados nas disfunções e patologias que envolvem o cérebro. Além disso, também nos esmeramos em apresentar dicas valiosas sobre alimentação, atividade física, lazer e técnicas para preservar e promover a saúde da mente.

Tivemos a grande satisfação de contar com as contribuições de importantes pesquisadores, professores e profissionais da área da saúde para produzirmos as matérias de capa desta edição da revista.

Fiéis aos propósitos que essa publicação da CliniOnco tem para com seu público — oferecer informações sobre saúde em geral e o câncer em especial —, apresentamos nas demais páginas artigos que contemplam a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer como forma de reduzir os índices de mortalidade no Brasil; os cuidados relacionados às doenças renais; os novos testes moleculares que despontam como incremento importante no prognóstico do câncer; o tromboembolismo, uma complicação vascular que afeta um número significativo de pacientes; a atenção farmacêutica no uso de antineoplásicos por via oral e uma revisão sobre os Direitos do Paciente.

A coluna da Flávia Maoli e o depoimento da paciente Juliana Rocha, ambas com um personagem em comum em suas vidas — o câncer —, ilustram o quão importante é a ressignificação das experiências vivenciadas e o quanto, a partir destas vivências, elas podem ser agentes transformadores nos meios em que vivem.

A saúde plena reside no equilíbrio entre mente, corpo e espírito. Cuidar desta tríade nos habilita a vivermos de forma harmoniosa, completa, feliz e realizados. Mesmo sendo um desafio e tanto, considerando as adversidades impostas pela modernidade, a busca pelo equilíbrio deve ser o objetivo norteador do nosso modo de viver.

Boa leitura!

 (*) “Uma mente sã num corpo são”

Sandra Rodrigues

Diretora Assistencial e Administrativa

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12 FORMAS DE REDUZIR O RISCO DE CÂNCER

1 de fevereiro de 2019

As chaves para a prevenção do câncer resumem-se a 12 questões pontuais. Elas fazem parte da última edição atualizada do Código Europeu contra o Câncer (CODE) que foi publicado em outubro de 2014.  Os tópicos foram elaborados por especialistas em Oncologia, cientistas e peritos de toda a União Europeia, num projeto coordenado pelo Centro Internacional de Investigação do Câncer, com o apoio financeiro do programa de saúde da União Europeia (EU).

De acordo com o CODE, todas as pessoas podem seguir as recomendações sem necessitar de qualquer aptidão

 ou aconselhamento especial. Quanto mais recomendações forem seguidas, tanto menor será o risco de contrair câncer.

Conheça as recomendações, seguidas de um breve resumo de cada uma delas:

TABACO

Não fulit-cigarette-butt-with-smoke-on-the-ground-PLURDK7me.

 Não use qualquer forma de tabaco.

O tabaco é a principal causa de morte e de doenças evitáveis no mundo.

Todos os anos, cerca de 6 milhões de mortes e mais de meio bilhão de dólares de prejuízos econômicos em todo o mundo são oriundos do consumo do tabaco. Neste século, ele será o responsável por matar milhões de pessoas caso não seja executada rapidamente a Convenção-Quadro para a Luta Antitabaco (CQLA) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

FUMO PASSIVO

Faça da sua casa um lugar sem fumo. Apoie regras antitabagismo no seu local de trabalho.

A exposição ao fumo passivo no local de trabalho e em casa está associada a doenças evitáveis, incluindo o câncer. O lar pode ser um local de exposição frequente ao fumo passivo.

PESO CORPORAL SAUDÁVEL

Tome medidas para ter um peso adequado.

Estudos comprovam que é possível reduzir o risco de câncer adotando comportamentos positivos em relação à alimentação e à atividade física.

Mantenha um estilo de vida saudável e peso corporal com o  IMC (Índice de Massa Corporal) entre 18,5 e 24,9 kg/m2.

ATIVIDADE FÍSICA

Mantenha-se fisicamente ativo no dia a dia. Limite o tempo que passa sentado.

Procure manter atividade moderada durante, pelo menos, 30 minutos por dia.

DIETA

Tenha uma dieta saudável: coma bastante cereais integrais, leguminosas, vegetais e frutas.

Limite os alimentos muito calóricos (com muito açúcar ou gordura) e evite as bebidas açucaradas.

Evite as carnes processadas (presunto, salsicha, bacon, carne defumada), as carnes vermelhas e os alimentos com elevado teor de sal.

ÁLCOOL

Se consumir álcool, limite o seu consumo. Não ingerir bebidas alcoólicas é benéfico para a prevenção do câncer.

Estudos comprovam que é possível reduzir o risco de câncer adotando uma postura saudável em relação à alimentação e à atividade física.

EXPOSIÇÃO SOLAR / UV

Evite a exposição excessiva ao sol, especialmente para as crianças. Use protetor solar. Não faça bronzeamento artificial.

A radiação ultravioleta

(UV) com um comprimento de onda bastante curto (UVC) é absorvida pela camada de ozônio na alta atmosfera, mas uma parte da radiação de comprimento de onda curto (UVB) e a radiação de comprimento de onda longo (UVA) atingem a superfície da Terra,  provocando danos na pele que, a longo prazo, podem causar câncer. Lembrando, no entanto,  que a radiação UVB é necessária para a síntese de vitamina D na pele humana.

POLUENTES

Proteja-se de substâncias cancerígenas seguindo as instruções de segurança e saúde.

Existem milhares de substâncias naturais (poeira de madeira e de couro)  ou artificiais (amianto ou asbesto, sílica, benzeno, agrotóxicos, xileno, tolueno, por exemplo) no meio ambiente, inclusive no local de trabalho (especialmente para os profissionais de algumas áreas como beleza, aviação, indústria química, farmácia, agricultura, construção civil e mineradores que estão mais propensos a desenvolver determinados tipos de câncer), algumas das quais têm o potencial de causar câncer. Muitas dessas substâncias são produtos químicos.

A redução da exposição a substâncias causadoras de câncer depende de uma combinação de ações e políticas dos governos para proteger seus cidadãos contra ingredientes nocivos e das ações e responsabilidades dos indivíduos para seguirem os conselhos e a legislação.

AMAMENTAÇÃO

A amamentação reduz o risco de câncer de mama e traz benefícios importantíssimos para a criança. Se puder, amamente o seu bebê.

VACINAS E INFECÇÕES

Assegure-se dFotolia_169622377_Subscription_Monthly_XXLe que os seus filhos estão vacinados contra:

• Hepatite B (recém-nascidos).

• Vírus do papiloma humano (HPV) (meninas).

Poucas pessoas associam infecção ao câncer, mas quase um quinto de todos os cânceres no mundo é causado por agentes infecciosos, incluindo vírus e bactérias.

Algumas das infeções mais importantes associadas a câncer são os vírus do papiloma humano (HPV), suscetíveis de provocarem a maioria dos cânceres anal e do colo do útero, bem como uma fração dos cânceres orais; o vírus da hepatite B (HBV) e o vírus da hepatite C (HBC), são suscetíveis de provocarem câncer do fígado; e a Helicobacter pylori, uma bactéria que pode causar câncer de estômago. As vacinas são a forma mais eficaz de prevenir algumas destas infecções.

RADIAÇÃO

Verifique se está exposto a radiação derivada de altos níveis de radônio. Tome medidas para reduzir os níveis elevados deste gás.

O radônio (Rn) é um gás radioativo natural que pode provocar exposição a radiações em sua casa e nos locais de trabalho.

Como é um gás incolor e inodoro, é impossível de detectá-lo a olho nu, sendo necessário recorrer a dispositivos chamados de medidores de radônio, para determinar a concentração média num espaço ou edifício. Quando sua concentração é no ambiente, o gás entra em contato com os pulmões por inalação.  Essa incorporação supõe uma contaminação radioativa, podendo ocasionar lesões ou patologias de gravidades diversas, de acordo com a quantidade de radônio inalado.

RASTREIO

Participe de programas organizados de rastreio do câncer para:

            • Câncer colorretal (homens e mulheres).

            • Câncer de mama (mulheres).

            • Câncer do colo do útero (mulheres).

Alguns tipos de câncer podem ser diagnosticados e tratados antes de causarem sintomas. O principal objetivo do rastreio do câncer é evitar a mortalidade decorrente dele. O rastreio pode ainda permitir a utilização de métodos de tratamento menos severos se o câncer for detectado antecipadamente.

Fonte: http://www.iarc.fr
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20 ANOS CLINIONCO – UMA HISTÓRIA DE CARINHO, ACOLHIMENTO E CIÊNCIA

3 de janeiro de 2019

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Desde 1998 uma equipe dedicada

ao cuidado integral e humanizado do paciente oncológico.

DESAFIOS E CRESCIMENTO

Em meio a um cenário desafiador, há 20 anos decidimos abraçar o ousado projeto de constituir uma clínica especializada no tratamento do câncer em Porto Alegre. Neste período, a doença apontava para taxas de crescimento significativo e a demanda era absorvida quase que exclusivamente no âmbito hospitalar. Quebrar paradigmas e oferecer à população gaúcha um serviço diferenciado com atendimento multidisciplinar, mostrou-se como o caminho certo a ser percorrido.

No começo, contávamos com uma equipe de apenas oito pessoas entre administrativo, assistencial e médico. Porém com um incalculável ideal motivador, ou seja, a crença na evolução da Ciência e no potencial das pessoas para atender aos pacientes que buscavam pelo tratamento de uma doença desestabilizadora tanto para eles quanto para seus familiares, a clínica se consolidou e expandiu exponencialmente.

Ao longo dos anos seguintes amadurecemos profissionalmente e crescemos muito enquanto instituição de saúde. O conceito de interdisciplinaridade foi implementado em todas as instâncias do atendimento ao paciente, pois entendemos que o impacto dos múltiplos aspectos que abrangem o câncer é capaz de desencadear alterações tanto no campo físico, como também, nas esferas social, econômica, emocional e espiritual deste indivíduo.

SUPORTE INTEGRAL

Pensando na complexidade desses fatores, desenvolvemos projetos pioneiros com foco no bem-estar integral do paciente e de seus familiares. Criamos na instituição atividades complementares através de iniciativas como o Grupo de Apoio ao Paciente com Câncer, o Ciclo de Encontros com a Família e o OncoArte – grupo de dança, música e teatro, formado por mulheres que foram acometidas pelo câncer. Introduzimos no cronograma anual da instituição, os bazares de Dia das Mães e de Natal e o Sarau Artístico, que propõe a integração entre pacientes e colaboradores da clínica através da arte, estes eventos que se consolidaram e fazem parte do calendário anula da instituição. O envolvimento dos pacientes está presente, também, nas publicações da instituição como o livro “Vidas Ressignificadas” – coletânea de histórias escritas por eles, bem como, nas suas participações na Revista Integrativa através de depoimentos e sugestões.

CIÊNCIA

Do ponto de vista científico, participamos ativamente de estudos clínicos — área na qual nos tornamos referência — através do Centro de Pesquisa Clínica que conta com a parceria de centros internacionais no desenvolvimento de novos medicamentos. Desta maneira, nos tornamos vanguarda na utilização de novos protocolos, oportunizando ao paciente beneficiar-se com medicamentos de última geração.

Ainda no campo do conhecimento, marcamos presença nos mais importantes congressos mundiais na área da saúde.  Nossos profissionais médicos e equipe multidisciplinar, estiveram presentes nestes eventos, seja na qualidade de participantes, seja como protagonistas na apresentação de trabalhos científicos e pôster, abordando temas abrangentes nas áreas da clínica médica e assistência oncológica.

Através dos “Highlights CliniOnco” e das Reuniões Científicas, propomos a troca de ideias e o compartilhamento das novidades apresentadas nos diferentes congressos, com os nossos profissionais e convidados do segmento da Oncologia.

O corpo clínico, formado por mais de 50 médicos, em parceria com outros profissionais das áreas de enfermagem, farmácia, psicologia, nutrição, odontologia e fisioterapia, atua de forma integrada consolidando a interdisciplinaridade. A equipe trabalha sempre alinhada aos avanços científicos e amparada pelas práticas da Medicina Integrativa e da medicina baseada em evidências.

INOVAÇÃO

Um dos importantes pilares para o nosso crescimento foi a inovação. Dessa forma, além dos avanços já implementados nos diferentes setores, a partir de 2010 estruturamos a instituição em Centros e Unidades. Essa ação possibilitou agregar ao serviço existente uma diversidade de especialidades médicas, as quais passaram a contemplar as áreas que vão da prevenção ao tratamento, transformando a CliniOnco em referência na integralidade e multidisciplinaridade da assistência. Em 2018, a nova plataforma estrutural ampliou a atuação dos serviços através dos Núcleos. Esses passaram a dar sustentação os Centros e Unidades já existentes.

A criação de diversas áreas, congregadas em um mesmo espaço físico, proporcionou ao paciente conforto, agilidade e atendimento diferenciado. Ainda no que se refere à inovação e ao que há de melhor em tecnologia de ponta e modernos recursos assistenciais, adquirimos o Sistema Paxman, aparelho utilizado para a prevenção de queda de cabelo para beneficiar os pacientes em quimioterapia.

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

A partir de 2007, incorporamos em nosso planejamento o compromisso com a comunidade e passamos a desenvolver campanhas e ações de conscientização sobre prevenção do câncer e promoção da saúde. Em 2011 estruturamos o Centro de Prevenção do Câncer, o qual consolidou essa vocação social. Ampliando ainda mais as campanhas e eventos dirigidos aos pacientes e ao público em geral, com foco na conscientização quanto aos fatores de risco para as doenças e na promoção da saúde desta população. Internamente muitas ações são promovidas com os colaboradores. Elas têm como objetivo despertar e consolidar a consciência e o compromisso socioambiental, bem como, a promoção de sua própria saúde no ambiente organizacional e pessoal.

 

QUALIDADE E SEGURANÇA

Primar pela qualidade e segurança sempre foi um dos principais objetivos das nossas atividades. Em 2012, demos um passo decisivo nessa direção: iniciamos o importante processo de Acreditação ONA (Organização Nacional de Acreditação). Ele tem a finalidade de garantir a melhoria contínua da qualidade dos serviços, principalmente a redução dos riscos e o aumento da segurança na assistência prestada aos pacientes. Além de promover a integração e a consolidação das estratégias capazes de evidenciar uma gestão de excelência com foco em resultados, sustentabilidade e responsabilidade socioambiental.

Nesta trajetória, conquistamos os três selos da Acreditação ONA:

Acreditado – Nível 1, em novembro de 2014

Acreditado Pleno – Nível 2, em maio de 2016

Acreditado com Excelência – Nível 3, em fevereiro de 2018

A cada nível conquistado, nossos desafios se ampliaram. Entre eles e o de maior impacto, foi trabalhar com a Linha de Cuidado – processo que contempla toda trajetória que o paciente perfaz na instituição para o seu tratamento, envolvendo os agentes diretos e indiretos relacionados à sua assistência. Essa estratégia nos instigou ao direcionamento das nossas ações quanto ao cuidado centrado, verdadeiramente, no paciente.

A partir desse momento, novas propostas foram sendo estruturadas. Entre elas, o Núcleo de Cuidados Especiais (NCE), o qual tem o propósito de atender aos pacientes que necessitam de atenção especializada, promovendo qualidade de vida, quer seja na continuidade do seu tratamento e manejo de efeitos adversos, quer na evidência de doenças sem possibilidades curativas.

O aprendizado e as melhorias contínuas são fatos incontestáveis desse processo e com certeza continuarão a agregar, ainda mais, valor ao nosso trabalho. Hoje somos referência em assistência integral e humanizada, graças ao propósito de uma equipe dedicada em acolher, cuidar, atualizar-se continuamente e comprometer-se com a qualidade e a segurança de seus pacientes e familiares.

A CliniOnco é fruto de um projeto coletivo de saberes, trabalho, dedicação, carinho, amor e ciência.

 

 

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Acupuntura: uma terapia integrativa e adjuvante nos cuidados oncológicos

8 de junho de 2018

Tapping in acupuncture needle

A acupuntura faz parte do grupo das terapias Integrativas e tem sido citada repetidamente na prática médica como adjuvante nos cuidados oncológicos, devido sua comprovada eficácia em aliviar diversos efeitos colaterais do tratamento antineoplásico.
Um repentino aumento de interesse nessa área iniciou em 1997, em consenso no NIH Conference (National Institutes of Health), após ter sido estabelecida a sua importância como auxiliar no tratamento oncológico.
Vários centros de tratamento de câncer nos Estados Unidos incorporaram a acupuntura como técnica complementar, dentre eles, Dana-Farber Cancer Institute (Boston), Memorial Sloan-Kettering Cancer Center (Nova York) e M.D. Anderson Cancer Center (Houston). No Brasil, o Hospital Albert Eisten já utiliza a técnica em seus protocolos e alguns hospitais públicos também já incluiram o uso em seus serviços. Relatos demonstram que há uma tendência dos pacientes com câncer a procurarem terapias complementares visando a uma melhor qualidade de vida e de tratamento (48% a 83% dos pacientes). No caso da acupuntura, a taxa chega a ser de até 31%.
O seu mecanismo de ação envolve uma resposta do sistema neuroendócrino, atra-vés da estimulação do sistema nervoso periférico e central. No momento em que a agulha penetra na pele, ocorre a liberação de neurotransmissores opioides (como as endorfinas), e de monoaminas (como a serotonina). Estudos com neuroimagem como Ressonância Nuclear magnética funcional (FRNM), PET-CT e Eletroencefalograma (EEG) demonstraram o estímulo de áreas cerebrais específicas com o uso da acupuntura, dentre elas, o sistema límbico, amígdala, hipocampo, hipotálamo, dentre outras; o que explica o seu efeito tão abrangente, inclusive, induzindo a uma sensação de bem-estar e a uma mudança na percepção e tolerância à dor.
No campo da Oncologia, o interesse é crescente, visto que, além do sofrimento gerado pela doença, os efeitos colaterais causados pelo tratamento são de difícil manejo com os medicamentos e técnicas habitualmente empregados.
A acupuntura é altamente recomendável como uma terapia complementar quando a dor é de difícil controle. Numerosos estudos têm comprovado também seu papel no alívio de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia. Ensaio clínico randomizado demonstraram, em 2000, uma redução significativa desses episódios, comparado com uso isolado de terapia medicamentosa.
Surgiram também evidências da eficácia da acupuntura nos sintomas de neuropatia periférica induzida por quimioterapia, na dor e fadiga relacionadas ao câncer, na xerostomia induzida pela radioterapia e nas dores articulares e musculares induzidas por inibidores da aromatase.
Recentemente, em dezembro de 2017, no congresso de San Antonio, no Texas (San Antonio Breast Cancer Symposium- SABS), foram apresentados resultados muito positivos, de um ensaio clínico randomizado, no alívio das dores articulares (artralgias) em pacientes em tratamento para o câncer de mama, hormônio positivo, com inibidores de aromatase. Participaram do estudo 226 pacientes em estágio inicial, pós-menopáusicas. O estudo foi conduzido por 11 centros de tratamento oncológico nos Estados Unidos. A conclusão desse estudo foi que a acupuntura reduz significativamente a dor articular causada pelos inibidores da aromatase, dentre eles: anastrozole, letrozole e examestane.
Constata-se, ainda, o aumento no número de estudos para o tratamento da leucopenia/neutropenia induzida por quimioterapia. Em 2014, um estudo piloto, conduzido por Pais I. e colaboradores, demonstrou que a acupuntura pode estimular a imuni-dade antineoplásica, promover efeito mieloprotetor, melhorar o estado emocional e a qualidade de vida e, ainda, minimizar os efeitos da quimioterapia. Com a acupuntura, haveria a ativação de diferentes mecanismos incluindo macrófagos, neutrófilos, estimulação de células natural killer (NK) e linfócitos e produção de imunoglobulinas.
O uso da acupuntura também está descrito no tratamento de sintomas muito comuns na rotina oncológica como: sintomas vasomotores (foga-chos), insônia, ansiedade e depressão.
A acupuntura é um tratamento seguro, quando realizado por profissionais qualificados. Não há contraindicação para sua aplicação durante o curso da quimioterapia, desde que respeitadas as normas de biossegurança, com o uso de agulhas descartáveis e antissepsia adequada. Os efeitos adversos são raros e podem incluir: equimoses ou hematomas leves (as agulhas são ultrafinas), dor no local ou dor irradiada no trajeto de um nervo com sensação de dormência, hiperemia e prurido temporários na região agulhada. Cada aplicação dura, em média, vinte minutos. O ideal é que o tratamento seja mantido por, no mínimo, 4 a 6 semanas. Alguns sintomas requerem mais tempo para a adequada manutenção. Em muitos casos sua utilização pode diminuir a necessidade de medicamentos ou o efeito colateral dos mesmos.
No cenário atual, onde se busca cada vez mais uma Medicina Integrativa, visando a minimizar a dor e o sofrimento durante o tratamento oncológico, a Acupuntura vem para somar, visto que auxilia na redução dos para efeitos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

Por Dra. Luciane Poletto Antunes – CRM – 26.942
Médica Mastologista e Especialista em Acupuntura
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IMAGEM CORPORAL

8 de junho de 2018

As alterações físicas e psicológicas que ocorrem durante o tratamento do câncer podem ser ressignificadas com o auxílio de profissionais, familiares e amigos.
O impacto ocasionado pelo câncer na vida dos pacientes tende a ser muito grande. Mudanças de ordem psíquica, física, social e econômica chegam sem avisar. É um momento em que muitas pessoas passam a refletir mais sobre a vida, sobre a própria existência, sobre escolhas e posicionamentos. Confrontam-se preconceitos e estigmas. Lamentam-se as perdas, sejam elas de papéis até então ocupados ou das perdas relacionadas à dimensão física e corporal.
A maneira como, mentalmente, concebemos o contorno, a forma e o tamanho do nosso corpo é chamada de imagem corporal. Nossos pensamentos, emoções e comportamentos associados a essas características representam um produto de nossas experiências sociais, emocionais e físicas relacionadas ao nosso corpo.
Cirurgias, alterações de peso, inchaço, perda de cabelo, palidez e tantas outras mudanças na imagem corporal ocasionadas pelo tratamento oncológico podem gerar um alto grau de estresse e afetar a autoestima e a qualidade de vida. Essas alterações que o tratamento gera podem ser vividas ou sentidas da mesma forma como um luto, necessitando de tempo para ressignificação e de cuidado com os próprios sentimentos.
Cada pessoa perceberá e sentirá suas mudanças corporais de uma forma diferente. Sugestões de como lidar com este momento incluem:
1) Autocuidado é fundamental! Esteja atento(a) as suas próprias necessidades físicas e emocionais e tente supri-las;
2) Não se isole! Ative sua rede de apoio e explique aos seus amigos(as) e familiares como eles(as) podem auxiliar;
3) Procure apoio externo! Grupos de apoio são uma excelente opção para quem está realizando tratamento oncológico. No grupo, experiências muito próximas às que você está vivenciando são compartilhadas, aumentando o repertório de resolução de problemas cotidianos e incrementando a sua autoconfiança;
4) Converse com um(a) profissional da saúde mental! Acompanhamento psicológico durante e após o tratamento oncológico auxilia no enfrentamento das dificuldades e na retomada à vida.
Superar mudanças físicas não significa minimizá-las ou tentar apagá-las, mas ressignificar a própria história e transformar o que foi triste em afeto e orgulho pela trajetória até então vivida. As marcas do corpo podem passar a representar a força e a coragem de quem já enfrentou diversas batalhas, e jamais poderão simbolizar algo maior do que realmente é.

Por Tayse Conter de Moura – CRP 07/26188
Psicóloga de Centro de Atendimento Multidisciplinar da CliniOnco
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ATIVIDADE FÍSICA

8 de junho de 2018

fotolia_201853505.jpgA prática de atividades durante o tratamento do câncer é um importante marcador de bem-estar e qualidade de vida.

A Organização Mundial de Saúde há muito tempo já afirma que a função física é um determinante de sobrevida e qualidade de vida.

Atualmente, a atividade física já está incorporada na rotina diária de muitas pessoas que buscam manter-se ativas, com condicionamento físico, manutenção do peso corporal, mas principalmente para seu bem-estar.

Quando se inicia um tratamento oncológico, nem sempre é possível dar seguimento às atividades de rotina. Normalmente, alguns hábitos são abandonados, dentre eles a prática da atividade física. Por vezes, o abandono destes hábitos acontece devido à falta de orientações sobre a importância quanto à continuidade dos mesmos, ou também por não ser supostamente o foco principal naquele momento.

Estudos comprovam que a manutenção das atividades físicas durante o tratamento traz importantes benefícios para o paciente:

  • Ameniza ou até evita o apareci-mento dos sintomas de fadiga;
  • Evita a perda de massa muscular;
  • Melhora a mobilidade e funciona-lidade geral, diminuindo o risco de queda;
  • Diminui o risco de doença cardio-vascular;
  • Auxilia na redução de peso e gordura corporal;
  • Contribui para redução de sintomas de ordem psíquica como ansiedade e depressão;
  • Melhora a qualidade de sono;
  • Estimula o relacionamento social e melhora o humor;
  • Melhora a autoestima e qualidade de vida.

Embora existam muitas razões para ser fisicamente ativo durante o tratamento do câncer, a prescrição dos exercícios deve ser baseada no que é seguro, eficaz e agradável para o paciente, deve ser adaptado aos seus interesses e necessidades.

Dicas importantes:

  • Converse com seu médico e soli-cite liberação para iniciar ou retomar às atividades físicas;
  • Certifique-se que seus exames estejam adequados para a prática dos exercícios;
  • Escolha um profissional capacitado para a prescrição e acompanhamento das atividades;
  • A orientação quanto a carga, intensidade, frequência e duração na execução dos exercícios é um fator muito importante e deve sempre ser considerado;
  • Preste atenção em sinais e sintomas diferentes em seu corpo, ao menor problema leva ao conhecimento de seu médico;
  • O mais importante: respeite seus limites. Nosso corpo nos diz até onde podemos chegar.

Se por algum motivo participar de um programa de atividades físicas, não for possível, torne suas atividades diárias uma forma de se exercitar com leveza e criatividade: Brinque com as crianças, passeie com o cachorro, dispense o carro e faça pequenas caminhadas, use a escada ao invés do elevador, arrume o jardim, faça exercícios enquanto assiste televisão, visite os amigos e movimente-se sempre que possível.

Sentir-se bem é o objetivo de manter a prática das atividades durante e após o tratamento do câncer. Portanto, torne estes momentos divertidos e relaxantes, assim você alivia o estresse e ganha em bem-estar e qualidade de vida!

Por Greice Verza – Crefito – 46878-F
Fisioterapeuta do Centro de Atendimento Multidisciplinar da CliniOnco
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ALIMENTAÇÃO

8 de junho de 2018

fotolia_189947870.jpgA avaliação nutricional é fundamental no acompanhamento do paciente oncológico e inclui a prevenção e o tratamento da desnutrição, bem como, controle dos efeitos adversos decorrentes do tratamento do câncer.

O câncer, assim como outras doenças graves, pode acarretar uma série de alterações metabólicas que geram sinais e sintomas físicos, sociais e emocionais, causando um impacto significativo no bem-estar e qualidade de vida.

Uma das alterações mais prevalentes é a desnutrição, cuja ocorrência chega a aproximadamente 75% em pacientes oncológicos. Sua etiologia é multifatorial, associando-se tanto à evolução tumoral como aos efeitos adversos oriundos do tratamento oncológico. A desnutrição corresponde a um déficit nutricional e pode causar significativas mudanças da imagem e composição corporal, além de trazer outros riscos e prejuízos, tais como aumento do risco de complicações cirúrgicas, redução da capacidade funcional, menor tolerância e resposta ao tratamento antineoplásico, pior prognóstico e diminuição da sobrevida.

Sinais e sintomas mais frequentes:

Entre os principais sinais e sintomas da desnutrição podemos citar: cansaço e falta de energia, perda de peso de forma não intencional, fraqueza muscular (devido à perda de massa magra), desregulação da temperatura corporal (causando dificuldade em se manter aquecido), edema (inchaço), pior recuperação de infecções e cicatrização de feridas, falta de concentração e inapetência.

Embora possam ser temporárias, as alterações metabólicas causadas pela doença e pelo tratamento podem acarretar sérios problemas de saúde  e consequente piora na qualidade de vida, sobretudo se não houver um acompanhamento nutricional apropriado e, de preferência, precoce. A detecção precoce das necessidades e alterações nutricionais no paciente oncológico permite intervenções adequadas, a fim de evitar ou minimizar o declínio do estado nutricional.

Importância da Avaliação Nutricional

A avaliação nutricional é fundamental no acompanhamento do paciente oncológico e inclui a prevenção/tratamento da desnutrição e controle dos efeitos adversos decorrentes do tratamento do câncer. O profissional nutricionista é o responsável por orientar a correta ingestão alimentar, de acordo com as necessidades de cada paciente. Por vezes, o uso de terapia nutricional pode ser indicado, através do uso de dieta enteral ou através de suplementos por via oral, buscando complementar dietas com ingestão prejudicadas pelos efeitos colaterais do tratamento.

Papel da Nutrição

O papel da nutrição, neste contexto, é assegurar as necessidades nutricionais na tentativa de preservar o peso e a composição corporal em pacientes oncológicos, assim como auxiliar no manejo de sintomas, possibilitando uma melhor qualidade de vida ao longo do tratamento. Afinal, diversos estudos já demonstraram que o bom estado nutricional proporciona ao paciente melhora na aparência e força física, ajuda a reduzir os efeitos adversos e aumenta a aceitação dos medicamentos pelo organismo.

A boa performance nutricional oportuniza a esse paciente vivenciar sentimentos de bem-estar.

Por Camila Borges – CRN2 – 10.314
Nutricionista do Centro de Atendimento Multidisciplinar da CliniOnco
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A ARTE DO BEM-ESTAR

8 de junho de 2018

fotolia_168011725.jpgMuito além das simples definições propostas pelos dicionários, o conceito de bem-estar é amplo e complexo. Isto porque, recheado de subjetividade, constrói-se a partir da ótica de cada observador, em cada momento e para cada contexto. Passamos muito tempo tentando definí-lo, assim como, qualidade de vida; hoje consideramos bem-estar um aspecto humano, de sentimento, sentir-se bem, enquanto qualidade de vida representa a estrutura disponível, a qual pode ter importante papel na promoção deste aspecto do sentimento humano. Devemos, portanto, evitar o equívoco de apresentarmos teorias pré-formatadas sobre sua promoção em populações e situações diversas. O bem-estar não é uma ciência; é uma arte!

Nos últimos 10 anos nos dedicamos a estudá-lo, bem como as suas mais variadas expressões, especialmente no ambiente de trabalho. Durante este período, adquirimos um robusto conhecimento a respeito do tema e conseguimos entendê-lo profundamente, a ponto de criarmos uma série de conceitos próprios sobre as habilidades intimamente envolvidas com a origem de um bem-estar real, aquele que é construído de dentro para fora nas pessoas.

O ponto de partida, o elemento propulsor para a construção desse  sentimento em cada indivíduo é a conexão com um propósito, uma causa, um objetivo. De nada adianta o treinamento e o desenvolvimento de habilidades se não houver uma razão muito clara para utilizá-las. Lembremos do Golden Circle, do Simon Sinek, iniciando pelo “porquê”; sim, o propósito.

Na busca pelo bem-estar, criamos o nosso conceito fundamental: o Cubo da Plena Performance! Nele, as pessoas são convidadas a construir o seu próprio cubo cuja base representa a vida, as paredes, respectivamente os aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais, e o teto, fechando o cubo e protegendo a vida, o trabalho. A partir deste modelo, fica bastante clara a ideia de que, para equilibrarmos harmonicamente o nosso trabalho sobre a nossa vida, precisamos ter estruturadas e desenvolvidas as nossas habilidades Físicas, Emocionais, Mentais e Espirituais, o que chamamos de Evolução FEME. Nesta construção do cubo, uma “parede” mal estruturada irá sobrecarregar as outras!

Hoje podemos dizer que o verdadeiro diferencial nos nossos processos de bem-estar foi o entendimento de que, quando lidamos com grupos específicos de pessoas em determinadas situações e ambientes, excelentes teorias e fórmulas simplesmente evaporam, com pouco ou nenhum efeito naquele lugar ou naquelas pessoas. As informações necessárias para a construção de um processo sólido e sustentável a este respeito estão lá, no próprio local, e tem origem naquelas pessoas envolvidas diretamente no contexto em estudo. É o que acontece, por exemplo, quando trabalhamos com o bem-estar de pacientes em tratamento oncológico. Recentemente, tivemos a oportunidade de desenvolver um projeto de cocriação com pacientes durante as sessões de quimioterapia. Foi uma experiência fantástica, que possibilitou conhecermos melhor esta população, que, como qualquer outra, tem características próprias que precisam ser estudadas para que possamos gerar como resultado um processo real e sustentável deste estado de espírito. Lembrando: dificilmente conseguiremos promover um verdadeiro bem-estar com receitas prontas; precisamos descobrir os fatores importantes para cada grupo de pessoas que pretendemos atender.

Muitas vezes, este não representa absolutamente a estrutura de qualidade de vida disponível; enquanto uns usufruem de grande estrutura e não conseguem alcançar um estado de bem-estar, outros, com muito pouco, sentem-se realmente bem.

O desenvolvimento de ferramentas inovadoras e poderosas de cocriação utilizadas no Biodesign nos permite hoje uma assertividade superior, quando somos desafiados a construir processos de bem-estar nas mais variadas populações e nos ambientes de trabalho. Processos efetivos e sustentáveis, com os valores internos dos diferentes grupos, construídos pelas pessoas e para as pessoas, de forma simples, humana e inovadora.

Por Dr. Geraldo Gomes da Silveira – CRM 21.886
Ginecologista do Centro de Ginecologia Oncológica da CliniOnco | Coordenador do Centro de Endometriose da CliniOnco
Idealizador do Projeto ErgoMulher